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Materiais e Música

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Abrão Chiaranda Merij

Olá pessoal! Eu os convido a fazer uma viagem no tempo sobre o modo de ouvir música, desde a invenção dos discos de laca e de vinil até as plataformas online dos dias atuais. Então senta que lá vem história!

 

Essa jornada se inicia nos discos feitos de laca. Depois passaremos pelo disco de vinil e redescobriremos a fita K7 que foi posteriormente transformada pela revolução dos discos ópticos como os CDs, DVDs e o Blue Ray, que atualmente vêm sendo substituídos pelas plataformas digitais.

 

A história tem início com a disputa entre Thomas Edison com seu fonógrafo e Emile Berliner com o gramofone. Nessa disputa, Emile saiu vencedor sendo responsável pela gravação e transmissão de sons através de um disco feito de goma-laca. Esse material é parecido com uma cera que ao ser prensado formava um disco de 10 polegadas e 78 rotações por minuto, capaz de gravar até 3 minutos de som.  No entanto, o disco de laca era extremamente rígido e frágil, podendo se quebrar com uma simples queda.

 

Na década de 40, mais precisamente no dia 21 de junho de 1948, foi lançado nos EUA, pela Columbia Records, um Long Play (LP) à base de vinil.  A qualidade do som melhorou muito com esse avanço tecnológico; ele rodava com uma velocidade de 33 e 1/3 rotações por minuto, possuía diâmetro de 12 polegadas e podia armazenar até 45 minutos de som em cada lado do disco.

 

Mas que material é esse? O vinil é um material plástico chamado de policloreto de vinila, também conhecido como PVC, um dos materiais plásticos mais usados no mundo atualmente, sendo empregado na confecção de tubos e conexões da rede hidráulica que abastecem sua casa. No passado, o PVC permitiu que os discos de vinil se tornassem mais leves, maleáveis e resistentes a choques, quedas e manuseio. Mas um detalhe chama atenção: os discos de vinil precisavam estar livres de poeira, pois o pó funciona como um abrasivo, arranhando e comprometendo a qualidade do som ao passar a agulha. É por isso que os discos deviam ser guardados sempre na vertical e dentro de sua capa e envelope de proteção.

 

O PVC é um material que apresenta longas cadeias lineares, formando um emaranhado de monômeros semelhante a um prato de “spaghetti”. Sua temperatura de transição vítrea varia de acordo com o método de polimerização, mas geralmente se encontra entre 60 e 80°C, com um módulo de elasticidade superior ao polietileno e o polipropileno, apresentando, portanto maior rigidez (se quiser saber mais sobre rigidez e módulo de Elasticidade, clique aqui). Com isso o disco de vinil se tornou popular rendendo milhões de cópias.

 

 

Monômero cloreto de vinila

 

Avançando em nossa história, surgem em 1963 as fitas K7 ou compact cassette, pela empresa holandesa Philips. O K7 tinha cerca de 10 cm e caixa plástica, trazendo maior economia de espaço quando comparado às fitas da época. No início, era possível gravar apenas 30 minutos em cada lado da fita, mas posteriormente o K7 evoluiu, de forma a armazenar conteúdos com 45, 60, 90 e até 120 minutos.

 

 

Seu funcionamento parte da produção de uma camada fina de partículas ferromagnéticas formadas pelos elementos Fe2O3 (óxido de ferro III) ou Cr2O3 (óxido de cromo III), que são posicionadas sobre uma fita plástica. O estado de magnetização das partículas definia o sinal que era “lido” à medida que a fita era desenrolada, fazendo a música surgir.

 

Sua praticidade facilitou muito o processo de gravação musical, permitindo que bandas de garagem pudessem gravar suas próprias músicas. No entanto, a fita K7 se torna popular apenas na década de 80 no EUA, com o surgimento do walkman. Em terras tupiniquins, a fita K7 vira febre nos anos 90.

 

Já os discos compactos (CDs), surgem com uma tecnologia bem mais inovadora, desenvolvida exclusivamente para armazenar e reproduzir arquivos de música elevando o mundo do áudio a outro patamar quanto a qualidade de som. Sua tecnologia foi criada em 1979, porém os CDs só começaram a ser comercializados em 1982. Os discos compactos dominaram o mundo musical ao longo dos anos 90 e início dos anos 2000.

 

Os discos compactos (CDs) têm como material principal (99%) o policarbonato, um plástico de engenharia que possui alta resistência mecânica e elevada resistência a intempéries. O restante do disco (1%) é dividido em três camadas: uma refletiva, uma de proteção e, por fim, a etiqueta decorativa.

 

Inspirados na tecnologia dos CDs players, surgem outros meios de armazenar conteúdos digitais, como o caso do DVD (disco vídeo digital): capaz de guardar mais dados do que um CD por causa dos seus sulcos serem menores e as faixas estarem mais próximas entre si, ou seja, o disco é melhor aproveitado; e seguindo essa revolução de armazenamento e qualidade, nasce o Blu-ray: um disco feito do mesmo material do DVD e CD, porém ele passa a usar um laser de cor azul-violeta para reproduzir as faixas musicais. Esse laser possui um comprimento de onda na faixa de 405 nanômetros, sendo capaz de armazenar muito mais informação quanto comparado com os leitores de DVDs que utilizam o laser de cor vermelha que possui um comprimento de onda maior, na faixa dos 650 nanômetros necessitando de uma trilha maior.

 

E para finalizar aterrissamos nos dias atuais, onde diversas plataformas musicais se encarregam de levar uma boa música aos nossos ouvidos, com muito mais qualidade e diversidade. Mas nada melhor que relembrar nossas boas lembranças dos tempos antigos.

 

Com isso chegamos ao fim dessa viagem, espero que tenham gostado. Um forte abraço e até o nosso próximo texto. Não deixe de nos seguir nas nossas redes sociais.

 

 

Quem quiser saber um pouco mais acesse:

https://gizmodo.uol.com.br/como-sao-feitos-os-discos-de-vinil/

https://universodovinil.com.br/tudo-sobre-discos-de-vinil/historia/

https://www.oficinadanet.com.br/post/8659-como-funciona-um-cd-dvd-blu-ray